segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma advertência para hoje. Devocional em II Timóteo 4:1-5

Texto: II Timóteo 4:1-5
TEMA: Fidelidade no Ensino da Palavra
TÍTULO: UMA ADVERTÊNCIA PARA HOJE
PROPOSIÇÃO: Sendo advertidos por Deus, sejamos fiéis ao ministério a nós confiado

INTRODUÇÃO


S.A. Ser fiel agora é bem melhor do pretender ser no futuro!

A Bíblia é um livro extraordinário! É a Palavra de Deus aos homens! A tarefa da teologia é fazê-la atual; é dar as condições necessárias para o cristão aplicá-la à realidade, à nossa vida. A Bíblia é, continua e sempre será a Palavra de Deus! Pena que, em certas ocasiões, manipuladores fazem dela um espetáculo, uma distorção vinculada aos interesses próprios, uma fonte de riqueza e mãe de todas as heresias.
Este texto está inserido em um gênero peculiar do corpus paulinum considerado carta de conselhos. O estilo paulino aqui é identificado como um pai que deseja dar conselhos ao filho. Paulo, o pai espiritual, dá conselhos (admoesta) ao jovem Timóteo. Ele elogia a Timóteo por sua firmeza e o exorta a permanecer fiel à verdade, aos valores e à utilidade que as Escrituras inspiram. É, pois, necessário que o servo de Deus faça a obra com muita seriedade. Essa admoestação é muito importante para nós. Ela soa de forma solene e litúrgica, pois diz respeito à nossa experiência ministerial; diz respeito à crise na integridade e fidelidade da pregação. Nós, irmãos, não somos fabricantes de sermões, mas transformadores de vidas.
Não sou e nem pretendo ser Paulo; também não os tenho como filhos espirituais; mas quero compartilhar: dizer sobre o que tenho visto, ouvido e lido! Para nossa reflexão, sugiro ficarem atentos às orientações:

S.T.: Vejamos três advertências a serem observadas quanto à fidelidade no ensino da Palavra de Deus.

A PRIMEIRA ADVERTÊNCIA É QUANTO

1. À CONSCIÊNCIA DE SER MINISTRO DO EVANGELHO DE CRISTO (vV.1-2)

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.

1. Paulo utiliza o verbo conjurar no sentido de súplica, de alguém que roga com insistência. Sua preocupação era com respeito:
(a)  ao perigo de Timóteo sentir-se desestimulado (desmotivado) por causa das dificuldades da época;
(b)  ao perigo de Timóteo sentir-se desesperado pela demora da volta de Cristo;
(c)  ao perigo de Timóteo sentir-se irresponsável pela missão a ele conferida;
(d)  ao perigo de Timóteo sentir-se sozinho no ministério, visto que Paulo estava dominado por um pensamento de morte próxima (BJ, p. 2235)

2. A conjuração (súplica) que Paulo faz é para que Timóteo assuma:
(a)  um ministério evangelizador. Toda atitude pastoral deve estar evidenciando a evangelização do mundo. A indicação é “prega a palavra” (v. 2a). O apóstolo quer que o jovem seja alguém que proclame a Palavra com urgência. Paulo fundamenta sua exortação com temas a respeito da epifânia de Cristo. São elementos motivadores do ministério pastoral.
(il) “Se queremos saber para onde Deus vai nos levar (direção) e para que ele vai nos chamar (vocação), podemos ter certeza de que isto tem relação com a melhor maneira em que podemos servi-lo (ministério).”
A evangelização continua sendo a tarefa primordial de nosso ministério. Gosto muito de um texto que diz acerca da Ética das Boas Novas, cuja síntese é feita pelos evangelicais na seguinte frase: “Evangelismo é um mendigo contando a outro onde encontrar pão.”  
(b)  um ministério com vigor. O vigor é qualidade daqueles que se demonstram mais fortes e mais estruturados nos tempos difíceis. Paulo dá itens de como Timóteo poderia exercer o ministério com vigor: repreender e corrigir; O ministério é vigoroso quando traz consigo a correção e a repreensão como características marcantes;
(il) “O vigor é a característica do ministro de Deus”
Ter um ministério vigoroso é contar com a repreensão e a correção a fim de que o povo seja cada vez mais separado para Deus. Esse é o sentido bíblico da santificação, da purificação e da transformação.

A SEGUNDA ADVERTÊNCIA É QUANTO


2. À CONSCIÊNCIA DE SER MESTRE E ENSINAR AO MUNDO OS VALORES DO REINO DE DEUS (vv. 3-4)

Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.

1. Paulo orienta Timóteo a refutar e até mesmo ameaçar os que deturpam e distorcem os ensinos aprendidos; geralmente tais pessoas surgem de dentro da própria igreja.
(a)  refutar significa dizer a alguém que está ensinando uma falsidade. Os ministros precisam saber refutar (contradizer, contrapor, fazer entender); saber tratar dos problemas que afligem a igreja; já disse anteriormente que o vigor traz consigo a repreensão e a correção, todavia aqui quero dizer a respeito do aspecto profético que o ministro assume quando há de refutar com os falsos ensinos; na verdade precisamos aumentar a virilidade do amor, da compreensão e da ministração;
(il) geralmente há líderes que sentem medo de confrontar os membros de suas igrejas que estão ensinando falsas doutrinas:
(aa) raspar cabelo como sinal de espiritualidade
(bb) cada cantada do galo representava um período da história
(cc) vestir-se para Jesus, despir-se para Jesus
“Aqueles que são vigorosos somente no fervor e devoção e não estão consolidados na doutrina e no amor são meros barulhentos” (Calvino) 
(il) O prof. Alfredo, em uma pregação no ano de 1994 (18/05) disse que o modelo pastoral condenável é o do mercenário, pois ele abandona as ovelhas na hora do perigo. Precisamos refutar o ensino dos mercenários e salteadores.
(b)  Paulo faz agora uma descrição de uma situação que, embora seja o contexto do século I, é pertinente ao ambiente religioso hoje!
-          Paulo fala de um tempo não escatológico (ainda a acontecer); ele fala de um tempo real, um tempo que Timóteo estava presenciando;
-          É na verdade um tempo de busca pela espiritualidade; um tempo em que buscar a espiritualidade do outro é a minha auto-satisfação;
-          Jovens ministros sofrem crises porque são confrontados pela ineficácia de suas pregações. E, numa atitude desesperadora, copiam modelos importados de cristianismo pirotécnico, musical shows e de espiritualidade ritualista.
-          A crise que foi gerada é simples: diminuindo o ministério, achando que a Palavra proferida era sem poder. “A igreja do outro é maior, lá Deus se manifesta.”
2. Paulo diz que ser falso é ensinar fábulas:
(a) tudo isso é falso:
-          não provém de Deus; é dos próprios desejos dos que procuram tais experiências;
-          é fabricada (formulada) nas sensações e desejos das pessoas e não no coração de Deus;
(b) A falsa espiritualidade é alimentada por “mestres”:
pessoas que causam comichões nos ouvidos;
-          são pessoas que falam aquilo que coça aos ouvidos dos outros;
-          é o caso sensitivo-físico “senti, chorei, cai, dormi”;
-          o que causa prazer é aquilo que é curioso, desconhecido;
-          ensinar em troca de dinheiro;
            (il) Adianta ser espiritual e não ser comprometido com a verdade do evangelho?


A TERCEIRA ADVERTÊNCIA É QUANTO

3. À CONSCIÊNCIA DE SER PASTOR FIEL AO REBANHO CONFIADO

Tu, porém, sê sóbrio em todas as cousas, suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. (v.5)

1.    Neste último verso, Paulo dá as orientações da sobriedade ministerial:
(a)  ser sóbrio é ter controle e moderação; não são os escatologistas de plantão e nem mesmo os Enri cristos fazendo aparições no Jô Soares e muito menos ex-evangélico seqüestrando Silvio Santos;
(b)  A estabilidade é uma característica do cristão que, com a sabedoria divina, sabe agir em meio à crise;
(c)   Mesmo que as fábulas estejam nas igrejas, nossa atitude é de amor, paciência e de pastoreio;
(il) Mais uma vez, cito o Prof. Alfredo, quando utilizou o segundo modelo de pastorado: o bom pastor dá a vida pelas ovelhas;
2.    O pastor tem que saber que tipo de literatura corre nas mãos das suas ovelhas;
(a)   não quero ser categórico em dizer que não devemos ler tais obras, mas quero, sim, alertar para o tipo de leitura e aplicação;
(b)   os placebos nada contribuem à saúde do indivíduo; essas fábulas camuflam os interesses políticos e econômicos de pregadores televisivos que dizem que se “sua contribuição não chegar, o programa vai acabar, vai sair do ar”;

APLICAÇÕES:

Se fiel ao chamado de Deus é justamente isso que vocês estão fazendo, a saber:

APRENDENDO para conhecer a Palavra de Deus; saber o seu conteúdo, sua ênfase, sua interferência na História; é entender porque Grego e Hebraico devem fazer parte do currículo; é aprender com o Espírito do Senhor; é se prevenir das falsas doutrinas, das distorções que ocorrem dentro da igreja; neste momento é o momento do cometer erros, dos ensaios, das tentativas, dos pequenos conceitos e assimilações feitas;
ENSINANDO para aqueles que estarão dispostos a aprender; e, obviamente, permitindo que outros possam galgar as trilhas de uma caminhada cristã sadia, prazerosa, digna e dignificante; uma trilha que pisa um chão, um fundamento, um princípio, uma verdade e não uma fábula;  

CONCLUSÃO:

Não depende somente de mim, você, dele, mas de TODOS para que o nosso país também seja livre de falsos ensinamentos!
Lembre-se de que Paulo nos deu três advertências quanto:
(1) À CONSCIÊNCIA DE SER MINISTRO DO EVANGELHO DE CRISTO
(2) ÀCONSCIÊNCIA DE SER MESTRE E ENSINAR AO MUNDO OS VALORES DO REINO DE DEUS 
(3) À CONSCIÊNCIA DE SER PASTOR FIEL AO REBANHO CONFIADO

Deus nos abençoe!