domingo, 27 de maio de 2012

Só corro!

Sabe quando nada coopera:
Espera-se, então, a primavera.
Notícias não são novas
Tendo, sim, provas.
Indo às adversidades,
Negam-me as oportunidades.
Dizimam-me pela fragilidade,
Obliteram-me pela insensibilidade.

Mensurarei as mazelas,
Somente alegrarei as donzelas.

Por favor, não sejais desumanos,
Adicionando-me aos manos e
Inquirindo-me: por que os prantos?

terça-feira, 1 de maio de 2012

Auto Nomia



Um, realmente, pouco é
Você não suportaria
Só em latim, ah, Noé!
Cem vezes dez
Se não acertou
Olhe o céu
Anil é!

Água aquecida lentamente
Evapora e se concentra
Energia do calor alimenta
Girando rodas que engrenam
no trem, barco e destilaria
Em Manaus, caldo eu preferiria
Pois a eira e a beira
Complementam, sim, o sentido
Com sobressalto no meio
Formado com cal e cadeira

É pejorativo no sentido
Fica protegido sempre
Reage aos mimos e não mente
Cresce sem pudor, mudando de cor
Com toda gente, que alegre, atende


Interpretação

Vamos começar pelo título. Auto é um prefixo grego e latino. Em grego é designação de pronome, e em latim indica movimento, ação. Portanto, é um prefixo relativo a si mesmo, próprio, e a automóvel. Nomos, por coincidência, também é sufixo latino e grego indicando-nos regra, leis, diretrizes.  De imediato, o título já nos direciona para duas compreensões sobre o poema: (a) trata-se de algo que revela de si mesmo e (b) trata-se de uma revelação dinâmica, ativa. Logo, podemos concluir que irei falar de mim mesmo através de descrições próprias. Vale ainda ressaltar que nomia é relativo aos nomes, à classificação dos seres, objetos, coisas, etc. O poema é uma autorevelação. Aos que acham que trata-se de um automóvel, diria que, figurativamente, poderei me considerar como tal, mas prefiro a designação a pessoa, ser humano.

Primeira estrofe: dimensão temporal identitária

Há vários recursos que utilizei para construir o sentido.Primeiro é o da semântica, isto é, eu tenho o termo-chave em mente que irá dar sentido ao texto (às palavras que se ligam). Por exemplo, vamos trabalhar com os números. Logo de início, digo um e depois cem vezes dez. Um remete-nos à idéia de unidade, unitário, individual, único - mesmo afirmando que é pouco. Pode-se até pensar no adágio popular um é pouco, dois é bom, três é demais! E a conta de 100x10=1000, mil. Logo, mil você não suportaria. Estou trabalhando aqui com as potencialidades de um para mil. Esta conta é apenas para gerar o significado que se descobrirá a seguir.

O segundo recurso é o da eufonia (som belo, som gostoso de se ouvir). Há dois momentos para percebê-lo: (a) quando uso ah, Noé! Aqui, tem-se que combinar os sons de ah e Noé. A letra h, em língua portuguesa, é muda. Sendo assim, sobra anoé. Se atentarmos para os três és (1a, 3a e 7a linhas), percebe-se que essa sonoridade repetitiva serve apenas para combinar o final das frases, mas que não tem ligação nenhuma com anoé. Elima-se o é, sobra, então, apenas ano. Ao fazermos conexão com um, logo tem-se um ano, e a conexão com mil, tem-se mil anos; (b) e quando uso anil. Anil é adjetivo e equivale-se ao azul, mas aqui tem-se que observar o som. Toda vogal, em língua portuguesa, seguida de n, pode ser língua tanto com som áspero como a em catá, ou ã como em anjo. Logo, ao ler ãnil e feita a transcrição fonética, tem-se o som aeniu. Sabe-se que em latim o sufixo enium deriva de anno (ano), então milênio = mil anos. Dai, Ah, Noé! e Anil é! refere-se a Ênio, meu primeiro nome.


Segunda estrofe: dimensão energética laboral

Bom, creio que após a explicação da primeira estrofe, certamente, você já vai deduzir o sentido. Todavia, a construção da estrofe foi totalmente simbólica. Há duas partes, a primeira sendo da linha 8 até a 14 ao descrever o vapor - água aquecida. O vapor gera pressão, produzindo calor (energia) para mover as máquinas (trem, barco, destilaria). Até aqui, creio que não há dificuldade para achar que o vapor é, sim, o conteúdo dessa parte, no entanto, admito que ele servirá para dar sentido à segunda parte da estrofe (linhas 15 a 19) - e é aqui que precisarei explicar.

Tive o privilégio de visitar Manaus e ficar lá por uma semana. Maravilha de viagem! No último dia da viagem, no período vespertino, fiz turismo. De princípio, junto com os demais alunos, almoçamos em um típico restaurante manauense: peixe. Assado na folha de bananeira, no espeto, frito, ensopado, pirão, entre outros. E de várias espécies. Durante o almoço pediram que eu provasse o caldo de peixe. Então, o atendente trouxe um líquido que me fez confundir. Sempre achei que caldo de peixe fosse a base do pirão, entretanto, para os amazonenses, caldeirada é porque o peixe é cozido em um caldeirão. Os manaós, indios nativos que deram nome a Manaus, associaram o peixe cozido ao uso do caldeirão para fazê-lo. Daí chamarem esse prato de caldeirada (onde é preparado o caldo).

Então, agora, é só juntar caldo+eira = caldoeira e cal+cadeira = caldeira. A frase Com sobressalto no meio serve tanto para (cal+cadeira) como para dizer que é o meu nome do meio: Caldeira. 




Terceira estrofe: dimensão... censurado!!!...
 
Sem maldar, pessoal!!! Agora vai parecer meio podre! Cada um faz a interpretação que quiser... Só um detalhe: meus poemas, além da verbe literária, foram construídos como uma prática de pensamento crítico (Critical Thinking for Instructional Design)... assim como também é feito com jogos... Sendo assim, por questões óbvias, vou restringir a explicação da terceira estrofe (rsrsrs).

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Em andos, eu

Em vão, cansei trabalhando
Em demasia, frustrei-me falando
Em desespero, ousei amando
Em angústia, aprendi perdoando
Em dores, sufoquei-me calando
Em preces, julguei-me curando
Em diálogo, construi-me relacionando
Em tréguas, escondi-me sonhando
Em afagos, treinei-me apanhando
Em celinhos, fingi-me gostando
Em absconditus,
Me conheci!




Interpretação


Quero iniciar comentando sobre o título: "Em andos, eu". A preposição em indica lugar ou situação. Podemos pensar nos diferentes ambientes de cada relação dada e também nas combinações verbais que esses ambientes promovem. A primeira parte de cada situação é formada com substantivos que denotam cinco situações: (a) de incredulidade: vão e demasia (b) de aflição: desespero, angústia e dores; (c) de conversação: preces e dialógos; (d) de relação afetiva: tréguas, afagos e celinhos; e (e) de relação religiosa: absconditus.
Essas diferentes situações remetem o leitor à jornada cotidiana. São experiências do andar, caminhar, com a vida. É a junção da erfahrung (experiência) e da erlebniz (vivência). Na experiência, somos ser (ente) quando identificamos nosso momento histórico de devir acontecer, ficamos conscientes do poder revolucionário da transformação, apalpamos os ideários de libertação, emancipação e redenção. Entendemos a essência divina em nós: corpo, alma e espírito se comunicando com todos os demais entes da criação. Daí, então, vem a vivência, fonte permanente de atitudes proativas na construção do eu. Viver é a defesa de si na luta contra os projetos de aniquilação. É encontrar-se em todas as instâncias e medidas temporais autoconhecendo-se. É assumir responsabilidades sem culpa e culpabilizações. É redimir-se da autocomiseração e de condenar o diabo como manipulador das situações. Celebrar as vitórias é reinaugurar novas vivências, estilo próprio de quem sabe gozar a vida.
A segunda parte de cada linha do poema é construída no tempo passado. Memória, reminiscências, lembranças, mementos, e outros tantos sinônimos projetam o leitor a entrar no resgate da história. Viver sem passado é assumir-se fracassado, é rejeitar os fundamentos da jornada já iniciada por outros. Assumir o passado significa saber interpretar a si mesmo e os símbolos formadores da vivência, sejam eles bons ou ruins. É ter maturidade de saber carregá-los. É por isso que a construção verbal pretérito perfeito+gerúndio (locução verbal) dá um sentido de ação constante, ainda que realizada no passado. Gosto da definição grega de que todo gerúndio é um adjetivo verbal, isto é, dá-se uma qualidade à ação, estado ou fenômeno. É bom entender aqui que a terminação ando dinamiza as atitudes, colocando o indivíduo em movimento. O eu sempre irá acompanhar o ando para movimentar-se. Então, conhecer-se é uma atividade dinâmica de caminhada. Dar uma volta, passear e badalar deveriam exemplificar as diferentes situações de autoconhecimento. 
Não é à toa que os verbos opõem-se às situações. A semiótica aqui nos ajuda melhor entender a transição dos enunciados

Em vão, cansei trabalhando =  improdutividade, insatisfação
Em demasia, frustrei-me falando = a comunicação é monóloga, unilateral
Em desespero, ousei amando = privado do valor afetivo, sente-se só
Em angústia, aprendi perdoando = não aceita certos comportamentos alheios, mas submete-se
Em dores, sufoquei-me calando = reprimindo-se, anulando-se
Em preces, julguei-me curando = a fé estabiliza a pessoa (resiliência)
Em diálogo, construi-me relacionando = recupera-se a auto-estima
Em tréguas, escondi-me sonhando = busca-se outras leituras/oportunidades de mundo (vivência)
Em afagos, treinei-me apanhando = a disciplina é prazerosa para os que sabem amar
Em celinhos, fingi-me gostando = sexualidade em formação
Em absconditus, Me conheci!
= o encontro ensimesmado

Então, pode-se dizer que a relação de valores (paixões) revelada no poema são o autoconhecimento como caminhada para a liberdade humana. Conhecer-se é como caminhar por um bosque, onde não há rumos, exceto aqueles criados pela própria beleza da natureza: pradarias, cavernas, clareiras, rios, árvores, flores, animais, etc. É entender as passadas que dão ritmo à vida, compreender os passos cujas cadências preparam-nos para ultrapassar os acidentes geográficos. 
No nível máximo das abstrações, a formulação do quadrado semiótico fica assim:

É bom ressaltar que:
a) Andar é a ação necessária para entender a vivência como modelo de autoconhecimento. É o momento eufórico da pessoa. Caminhar autoconhecendo-se gera a liberdade humana. O trabalho dinamiza as forças produtivas individuais e promove a interação com o próximo. Cria-se interação dialógica, eliminando a solidão. O ser humaniza-se.
b) Não-andar é ação contraproducente à experiência sentida. É anular-se, impossibilitando as ações geradores de vida e liberdade. É o estágio disfórico do indivíduo. Não querer conhecer-se é aprisionar-se, é o isolamento de si.

Uma excelente proposta ministerial cristã para o autoconhecimento seria os momentos de aconselhamento, no qual a pessoa relata seu caminhar no autoconhecimento. O aconselhamento tornar-se-ia terapêutico. Entretanto, qualquer condução diretiva nesse processo é contribuir para a frustração do indivíduo. Pode parecer estranho, mas sou contra o método diretivo de aconselhamento adotado por muitos pastores e líderes cristãos. 
Outra atividade ministerial seria o culto, no qual celebra-se a vida, a caminhada do povo com Deus. Entretanto, os cultos hoje têm sido intimistas, instigando testemunhos fora da caminhada com o autoconhecimento. Os relatos são vistos totalmente distantes da experiência humana. Cristo sempre é interpretado com aquele que visitou, que falou, que tocou, que abençou - essas falas são ludibrições da experiência real com a vida. Rejeita-se qualquer possibilidade de que Cristo caminha conosco integralmente. Sendo assim, as partes centrais da liturgia (adoração, confissão, louvor, edificação e dedicação) devem enfatizar a experiência e a vivência (vida) com Deus. Por que, por exemplo, a confissão é um balde de água fria sobre o que no segundo seguinte serão declarados perdoados? Que liturgia é essa que exclui a dor do pecado, a angústia de ser declarado réu, de refletir sobre o porquê ser pecador, de conhecer a prisão pela iniquidade, de desumanizar-se na maldade. Pecamos porque anulamos os efeitos litúrgicos de autoconhecimento. E aqui caberia excelente argumento de que o culto é a celebração do nascimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo (vida). E parece-me que a palavra missa remete a esse contexto do que culto quando entendida somente como adoração ao Senhor. Afinal, a vida é a oferta de adoração e louvor (culto) a Deus.
Finalmente, nos andos eu me conheço.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O que é o que é? (1) - Câncer

O que é o que é? (1) - Câncer


São dois, um de cada lado.
Não os vejo. Sinto-os.
Aumentam e diminuem,
Doem um de cada vez.


Um não é bom sinal, o outro é alerta.
Um tem diagnóstico, o outro não tem hermenêutica.
Em um a sintaxe é médica, no outro a semântica é alternativa.
Em um o discurso é a saúde, no outro a proposta é a terapia.

Os dois são fatalísticos e tanatológicos:
Inauguram o zoe eteron só aos que creêm.

Não há resposta na Bíblia. Equívoco achismo.




Interpretação


Nesse poema, descrevi sobre um tipo de doença que acomete muitos seres humanos. É impresionante como o nosso organismo dá sinais constantes sobre a saúde dele. É um resfriado, um cansaço ou mal-estr desconhecidos, dor ou febre e até mesmo sensações alheias à praxe cotidiana. Fora estes, o mais preocupante é a aparição de nódulos. Pequenos caroços em regiões do corpo. Além da comum resposta à infecção, eles podem ser o início de algum tipo de câncer.

Por ser internos, os nódulos não podem ser vistos. Senti-los é a única forma de descrevê-los. O sistema orgânico humano tenta se proteger: anticorpos são colocados em prontidão. Os nódulos desaparecem. Reaparecem. Aumentam. Diminuem. Enfim, são transmorfos. A aparição de dor é mal sinal.

Dois nódulos considerados aqui devem ser explicitados. Um é realmente enfático sobre a presença de algo estranho no organismo. O outro é o tipo de associação e interpretação dada ao nódulo: pecado, comida estragada, resfriado não curado, etc. Seja como for, ambos dóem, fisica e "espiritualmente".

A segunda estrofe é bastante elucidativa. Ela esclarece a respeito da progressão que o nódulo tem no corpo humano:
(1) geralmente iniciam calmos e silenciosos, mas, depois, se tornam agressivos e violentos. Sinal e alerta devem ser tomados com seriedade e responsabilidade pessoal. Para os médicos, o diagnóstico é decisivo para inferir sobre a saúde do paciente (transição que há de "são" para "doente", de cliente para paciente);
(2) deve-se cuidar para não fazer leituras apressadas, tais como ´ah, isso não é nada´, ´você precisa ter fé e com certeza será curado´, entre outras. Sei de algumas narrativas nas quais as pessoas declaram ter se apegado a tudo e a todos quando foram notificados sobre a doença. Lembro-me de algo tal como ´beber babosa cura até câncer´. No momento de desespero, tudo é mágico e se torna esperança. Não há hermenêutica que convence;
(3) Para muitos, todo o procedimento médico representa a manutenção da saúde, na qual a rádio e a quimioterapias são indicadas. Em casos extremamente fatais, os profissionais assistente social, psicólogos, psiquiatras e religiosos são acionados para consolação e conforto. Tanatologia é o estudo da finitude humana, o estágio final da matéria. Eutanásia refere-se aos cuidados com aquele que está para sofrer a tanatos. É nesse sentido que o conceito de vida eterna (zoe eteron) se torna uma realidade para os crentes. Aos cristãos, Cristo é a promessa dessa terapia (cura).

Não se deve preconceituar a declaração ´não há resposta na Bíblia. Equívoco achismo´. Remeto à antiga dialética ´tudo está na Bíblia, nada está na Bíblia´. Comumente, as comunidades pregam ´cura´ (therapeuo) para tudo: unha encravada, dor de cabeça, obesidade, câncer, etc. Julgam a doença separada totalmente dos propósitos divinos. Faz-se necessária a adoção do ministério de cura, biblicamente exegética, através da compaixão, do amor incondicional, da inclusão, do perdão, libertação, etc. Atualmente, as pregações são modas de mercado linguístico e midiáticos sobre os nódulos cancerígenos. Não respeitam os limites da hermenêutica bíblica.

Por fim, sugiro que nossas comunidades atentem para o elevado número de doentes de câncer na sociedade, bem como sejam sábios ao afirmar curas, bem como serem diligentes no tratamento de pacientes terminais, bem como apontar serviços que tornem nossos irmãos e irmãs resilientes, firmes, inabaláveis, constantes no Senhor.




sábado, 28 de janeiro de 2012

A Palavra de Deus para as nossas vidas

A PALAVRA DE DEUS PARA AS NOSSAS VIDAS
Salmo 119:9-16

Introdução

1. Salmos (Mismor) significa: Cântico, Oração, Hino, Ode, 
2. A metacognição de "palavra" = ordem, promessa, mandamento, ensino, decreto, louvor, etc. 
3. O Salmo 119 é um louvor a Deus pela Palavra Dele.4. AT = Torah, Oráculo, Voz; NT = Rema, Logos, Evangelion
    Tanto o AT como o NT enfatizam a Palavra como o "caminho de Deus" para a vida, liberdade e amor!


I - A APALAVRA QUE NOS SANTIFICA (v. 9-10)

9 De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.  10 De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.
 1. Quando estamos em sintonia com a Palavra de Deus, já sentimos os efeitos da santificação
     a) O estudo da Palavra nos torna cientes e conscientes da vontade de Deus
     b) A Palavra é como um produto de limpeza, de purificação: limpa-nos da iniquidade
     c) Buscar a Deus é entrar no processo da "separação" (santificação)


2. Mente e coração são sinônimos no AT para "alma" (psyché, no AT)
     a) a compreensão/entendimento da Palavra acontece em nossa mente (cognição)
     b) é a Palavra que nos conscientiza (ação do Espírito) para que nossa mente aja sobre nosso corpo e nos faz "separados" para Deus
3. A Palavra é o poder de Deus para nos santificar/separar:
    a) do pecado
    b) do mundo
    c) do juízo

II - A PALAVRA QUE GARANTE AS PROMESSAS (v. 11)

11 Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.
1. As narrativas da Palavra de Deus (história do povo de Deus) estão centralizadas em duas verdades: fé e promessa (Gn 12:1-3)
2. O contexto do verso 11 para "palavras" ('imeratka) é "promessas".
3. A Palavra de Deus cria em nós a confiança na promessa; ela cria em nós a esperança.
4. Uma das marcas do povo de Deus é que ele vive pelas promessas.
5. Qual a promessa máxima da Palavra de Deus?
    a) Jesus vai voltar!

III - A PALAVRA QUE NOS ENSINA (v. 12)

12 Bendito és tu, SENHOR; ensina-me os teus preceitos.
1. Um dos sentidos da Torah é o ensino: sistema/método de educação
2. "Palavra" é sinônimo de estudo, ensino, educação, aprendizagem, discipulado
3. O exercício dos ministérios sempre está vinculado ao ensino
4. O ensino da Palavra conduz:
     a) à liberdade
     b) à santificação
     c) ao conhecimento de Deus


 IV - A PALAVRA QUE LOUVA A DEUS (v. 13)

13 Com os lábios tenho narrado todos os juízos da tua boca.
1. Repetir o que Deus manda é uma forma de louvor
2. O contexto do v. 13 para "juízos" é de "tudo o que manda a tua boca", então é palavra de salvação e não condenação. Se, por acaso a palavra for de condenação, ainda assim é para promover o arrependimento no povo.

3. É a Palavra que nos faz louvar a Deus: cantamos, oramos, intercedemos, confessamos, etc... "pela palavra"
4. Como tem sido a ênfase de nossos louvores?
    a) é pela expressão da Palavra?
    b) é pela expressão das experiências humanas?

Conclusão (v. 14-16)


 14 Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas.
 15 Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito.
 16 Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra.


1. Somos testemunhas da Palavra
    a) damos prova de que ela é "de Deus"
    b) certificamos que a Palavra é viva, eficaz e real
2. Meditar na Palavra significa "alimentar-se"
    a) Há alguns ensinos que só acontecem mediante a introspeção pela Palavra em nós (meditar)
    b) Meditar não é memorizar/decorar. É mentalizar, ou seja, "guardar na mente" para que saiba sempre como usar.
3. A palavra nos dá prazer
    a) nos faz conhecedores
    b) é o nosso "manual" para discernir
    c) é o nosso único registro da escrita de Deus  

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A lógica espiritual do tempo


Se pudéssemos entender a magia do tempo, controlaríamos a ansiedade. Curaríamos os males sociais e promoveríamos a redenção de toda a criação. Saberíamos antemão a derrocada vinda messiânica e prepararíamos comitivas de recepção e celebrações simultâneas nos quatro cantos da terra. Atingiríamos o epicentro cósmico e deflagraríamos o segredo da energia. Teceríamos as unidades épocais dos acontecimentos e mudaríamos a periodicidade da História. Anteciparíamos o surgimento da escrita e adiaríamos a explosão nuclear de bombas, usinas e armas. Venceríamos as frustrações e desilusões apenas com o clique do cancelamento e ou pela alteração de acontecimentos. Contaríamos as narrativas em tempos não verbais, mas qualificativos: o tempo passado se chamaria aprendizagem, o tempo presente se chamaria desafio e o tempo futuro se chamaria transformação. 

"Estudei Letras e Teologia. Tenho regido aulas de teologia e ouso escrever minhas reflexões. Muitos também têm seguido meu caminho".

O parágrafo acima sintetiza o que quero dizer. O passado é o tempo de minha aprendizagem, o momento em que pude ser confrontado com novas possibilidades do saber. Conhecer é entrar no bosque da criação, ser sensível à percepção, decrifrar os códices da sensação, criterizar os rumos da reflexão, detalhar a descrição e grafar a cognição. É dominar os "ãos" do passado. Aprendemos porque sabemos dominar. O segredo do ensino e da aprendizagem é quando o "novo" se torna velho, o "desconhecido" conhecido, e o "moderno" antigo.

O presente nos motiva a entrar na batalha da vida e a superar os conflitos. O desafio representa nossa contemporaneidade. Vivemos porque é hoje, é agora, é aqui... É o tempo das "mãos no arado", da fadiga e da produção. Somos guiados pela execução de tarefas em frações de tempo. Caminhamos com prazos definidos. Fomos gerados pela tecnologia cibernética. Somos avaliados pelos resultados profissionais e mantidos no mercado pelos títulos de especialização. Havemos gratificados pelos atrativos de cargos e salários. Percebemos que o progresso é ilusão. Mesmo assim, "ideologia, eu quero uma pra viver". Anulamos a utopia. Mesmo assim, vivemos a realidade, pois "é preciso saber viver".

O futuro é o palco dos grandes espetáculos! É o clímax da realização humana. É a projeção de nossa maturidade, o ápice das apoteoses. Desfilamos com nossas coroas: profissão, cônjuge, prole, imóveis e posições. Tornamo-nos políticos sobre intereses sociais. Eliminamos as dificuldades e aprendemos a contar as vantagens. Enumeramos os feitos e nos esquecemos dos imprevistos. Voltamos a enfatizar a esperança e somos vistos como sábios. 

Em um contexto secularizado, diria que a economia, baseada na produção e comércio, é a atual responsável pela dinâmica do tempo. Em ambientes religiosos, afirmo que é a espiritualidade, inteiramente influenciada pelas teologias ufanistas de prosperidade, cura divina, misticismos pagãos, fanatismo, intolerância e conservadorismo acrítico, a perpetuar distorção sobre o eón cristão. Em situações existenciais, julgo que é a ausência de humanismo e socialização, caractetística marcadamente pós-moderna, a ré indiciada em julgamento pelo extermínio do tempo. 

A solução é adotarmos uma prática redentora do tempo. Quem não aprendeu, pode começar a ser ensinado agora! Aos que sentem desafiados, unir-se e buscar parcerias é ser sábio para vencer. No porvir, grandes transformações surgirão e serão marcos de que houve a redenção do tempo.

Aos que apreciam Teologia, História e Filosofia, minhas últimas palavras: já pensou entender o Espírito como o tempo em sua vida? Ele ensina, pacifica e transforma.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Teologia do Batismo

Introdução


Nesse estudo iremos entender como o batismo é um mecanismo de inserção, um ritual de passagem a partir do qual o indíviduo é socialmente feito participante do grupo, saindo de um estágio ou nível e passando para outro.

O batismo cristão, feito pela presença da água, é a representação cúltica, simbólica e imagética, da inserção do indíviduo no corpo físico de Cristo, a igreja denominacional.

1. Animação

Assistir ao vídeo introdutório de O Rei Leão 1, na voz de Ivete Sangalo "O ciclo da vida". Assista de uma única vez.
2. Cenas

Agora que você assistiu à introdução, utilize o pause segundo a indicação do tempo das cenas.
0:32
O surgimento do sol matinal é um anúncio da convocação mundial. Ouve-se um grito, voz audível de convocação. A voz é uma convocação. A consciência é um tipo de som que nos convoca, convoca ao compromisso. Todos os animais são conscientes da convocação, sabem que têm que obedecer ao chamado. Erguem a cabeça ao sol, sinalizando a direção a seguir: todos, nas suas devidas atitudes e possibilidades correm, voam, rastejam, pulam à reunião.
Temos momentos de convocação, dos mais simples aos sofisticados: o despertador, intimação, reconhecimento, prêmios, etc.
0:59
Os animais em aglomerações se dirigem à direção do grande encontro. É a peregrinação da criação. As "subidas ou degraus" são sempre entoados, sempre anunciando a alegria de ir à Grande Festa.
As peregrinações (procissões) representam a presença do povo, a força como comunidade, a força social de uma nação. Seja desde os mais pequenos (formigas) quanto aos maiores (elefantes). Na grande convocação, não há distinção entre as classes sociais. Todos devem estar presentes.
E a igreja? Qual a representação da peregrinação de nossas comunidades?
2:06 
Aqui, o postião (mensageiro oficial) vem trazer a notícia ao rei. É o arauto anunciando que alguém muito especial está a caminho! Observe que o pássaro faz o protocolo de submissão, indicando que a missão fora cumprida. Em resposta, o rei faz continência de aprovação e gratidão.
2:28
O sacerdote é esperado com expectativa por todos. Ele é respeitado e admirado. O rei o abraça, são "compadres". Sacerdote e Líder são autoridades perante o povo.
Há uma relação muito forte sobre o pastor itinerante, de casa em casa, ele sempre é esperado como autoridade.
2:48
Doravante o sacerdote adminsitra o ofício da unção, da consagração e da apresentação do filho do rei. É o batismo. A água da fruta (coco) e a areia representam a origem e o fim das criaturas.
3:34
É o climax do batismo: a aclamação de que o leãozinho faz parte da família real. Ele fora ungido para fazer parte do ciclo de liderança. Os demais animais aceitam o batismo e anunciam de que ele é seu futuro rei. Aos 4:00 minutos os céus se abrem e uma luz resplandece sobre o leãozinho: "Este é o meu filho amado, em quem me comprazo".

3. Reflexão

Em sua opinião como podemos entender o batismo como prática de inserção no convívio cristão?
Em quais situações um indivíduo é impedido de participar do batismo?
Formas batismais são relevantes para a inserção de alguém no grupo?




domingo, 15 de janeiro de 2012

Mais fotos e vídeo da neve na Trinity

Oi, Pessoal


Quero compartilhar só mais algumas fotos. Tirei quando estava saindo dos Correios. O papel na minha mão é o meu contra-cheque. Imaginem: eu havia esquecido de pegar meu "pagode" há uma semana. Será, talvez, porque não estava fazendo falta? rsrsrs 



Bom, para os que não viram o vídeo no Facebook, coloquei aqui para os que acessarem o blog. Muitos comentaram que eu sou louco e que não aguentariam. Pessoal, tranquilo. É só ter cuidado que a gente sobrevive e vive!!! Hoje, inclusive, tirei a neve dos lados de um carro que estou cuidando... Pode?



Andrew Seaman e Sarah, esposa


Galera, as fotos a seguir foram tiradas pelo meu amigo Andrew Seaman, aluno do MDiv aqui na Trinity.
No verão passado, tivemos a oportunidade de trabalhar juntos na biblioteca. Ele é muito dedicado nos estudos e tem um profundo desejo de servir a Deus. A esposa é enfermeira. Juntos querem fazer missão no Japão. Ele ficou fascinado com o nosso Bairro da Liberdade, em São Paulo. Comentei com ele, "caso você tenha dificuldades para ir ao Japão, vá para São Paulo".
Andrew é envolvido com a comunidade de alunos. Trabalha no "Student Affairs". Também atua como um dos mentores da International Mission Fellowship, inclusive participei em um dos fóruns.
Além das qualidades pastorais, Andrew tem hobbies: fotografia é um deles. É claro que ele é profissa! 
Se alguém comparar minhas fotos com a dele, já sabem... minha vingança será maligna - Bento Carneiro, Vampiro Brasileiro rsrsrs. 

Nos galhos secos de uma árvore qualquer...


Não vou comentar todas, mas vale a pena clicar nelas e ver ampliadas a qualidade bem como os detalhes. 
A neve sempre traz um enriquecimento do cenário no inverno. Faz com que sejamos introspectivos e nos deixa sensíveis ao cuidado da natureza.




Sabe quando nos levantamos de manhã com os cabelhos todos armados? Pois bem, eu vejo esses arbustos e penso: cada fio de cabelo tem seu papel para formar a cabeleira, e os que caem é porque precisam dar espaço aos mais fortes... Não seja maldoso com os carecas, apenas aprecie simetriados enrijecimentos capilares!


A árvore da direita é o cartão postal da Trinity. Ela fica sozinha em uma praça em frente à Mansion (escritório do Presidente). Não sei o porquê, mas o meu déjàvu diz que é a UEL...
Seriam reminiscências do Letrado Teólogo?




 Para mim, essa foto é o meu cérebro. As cargas elétricas tentando se conectar para gerar a cognição. Quem disse que a neve não contribui para a aprendizagem? Pois bem, vamos nos ater apenas nas ligações neurônicas: "monografar é ser apto a dissertar sobre um assunto após determinada investigação e reflexão". Se monografia em inglês é "paper", logo a definição é papear... é justamente isso que os meus neurônios fazem: papeam entre si.


Este é o jardim da Rolfing Memorial Library - meu primeiro serviço na Trinity. Trabalho 11 horas por semana aqui. Em futuras postagens, quero colocar o ambiente interno, entretanto meu desejo é fazer um vídeo. 




É muito surreal este quadro. Tecnicamente são dois troncos de árvores tentando sobressair-se à imensidão dos galhitos. Nada de pensar besteira, mas imaginem a câmara de Neubauer focalizada em um aglomerado de espermatozóides. Essa é a metáfora de cada galhito, tentando sair e tornar-se árvore... todos devem ter direito de tentar...



 

Conversa entre os postes de luz.

- "Iluminamos o caminho dos alunos, mas eles nem sequer brilham".

- "Não esquenta, não. Quando eles se cansam da claridade, apagam as luzes".






Então o terceiro poste pensou:

"O próximo estudante que passar aqui, vou dar um estouro. Se ele gritar 'Eureka', é sábio e estudioso. Se gritar 'nossa uma lâmpada queimou', é ignorante e preguiçoso. Está esperando a claridade dos céus que nem o apóstolo Paulo"...






Olhe bem no centro dessa foto... "os galhos estão se movendo em direção a você"....



Sou cristão, mas sou obrigado a dizer que esta foto é em homenagem a mim: nasci em junho, sou de gêmeos... Cadê o outro Ênio? Ah, esqueci, a Bíblia só fala de MilÊnio(s)....



 Eu me lembro que no Brasil, ao tomar banho, usava um tipo de bucha (túlio) para fazer espuma... Não consigo ver outra coisa nessas fotos (rsrsrs)..





Esta é um cacho de camarões albinos! 




A corrida da marcha nupcial...



A cobertura de açucar de confeiteiro em filetes de bombas!!!




Pronto, já te toquei, agora tá com você! Você não me pega, você não pega...




Festa do gueto, pode vim, pode chegar...




Psiu!!! Quietos! Professor Ênio está lendo em hebraico. 



 
Azulou, a coisa tá ficando bem séria. O professor Ênio já definiu as estratégias de avaliação. Vixi! Já cortou um monte de baboseiras que escrevi...




Ele mandou eu revisar justamente o capítulo que está meio nublado para mim... Ele disse que quer tudo com coesão e coerência.




Você vai prá esquerda, e eu vou pra direita. 




 Vou chorar, desculpe mas eu vou chorar!









 
Sou o tipo de pessoa que aprendi a contar as vibrações telúricas. Sou Adam, formado da Adamar. Casei-me com ela. Esses são meu filhos e filhas. 



A


Então vizinhas, vamos sentar aqui no banco. E ai, qual foi o capítulo da novela de ontem?




Acho que aguentamos mais uns duzentos gramas!



Excelente estratégia de camuflagem: capacetes de neve.








A minha pegda é a trigésima quarta, de cima prá baixo, sentido norte-sul, no quadrante 110 graus a da curva de Waybright. Na foto acima, vc enxergará as ranhuras do solado esquerdo.









 Minha coroa daqui a quatro anos!




Vixi! Vou ter concorrentes, mas tudo bem. Eles não dominam as formas parassindéticas anormálicas peristálticas que tem tudo haver com a redundância da relationship e senão fossem assim seriam assurbanipas. (toma! rsrsrs).






Pode parecer piada, mas tem gente que ainda pergunta: prá que lado vou? 




A menor ponte que precisei atravessar. 







Regra número um de adaptação no EUA. Quando ver essa placa, pare. Por que será que a maioria dos brasileiros, ao vê-la, aceleram...
As quatro fotos a seguir são da torre do sino da Capela. Vejam como o Andrew aproximou os detalhes...
 


 





Este é o Waybright Center (cantina, refeitório, escritórios etc...) É o nosso centro de convivência.