Eles ficaram apavorados,
porque o medo era tenebroso
O vento era apenas
sussurros, ampliando os temores
Mas eu tinha fé, porque
sempre O obedecia em amores
Por isso adentrei à missão
de proclamar. Sou corajoso
O mar não é
representação das dificuldades, mas do campo
Sim, o campo para
missionar: coragem para viver lutando
E quem acha que o
Barco é lugar seguro, engana-se
Pois lá ainda estão
os imaturos, empobrecendo-se
O Barco mantém-nos fortes,
quando saímos à tempestade
E é lá nas tormentas
que todos nós entendemos a Majestade
Quando precisamos
provar e ver o tamanho da crueldade
Ao vencer as batalhas
da injustiça, da pobreza e da maldade
É no desespero que
precisamos ouvir a voz de comando
Que diz ao mar: “aquiete-se!
Acalma-se, sou Eu quem mando”
Se seguir é qualidade
dos discípulos, então falta ação
Porque fé eles têm,
mas não conseguem pisar na água feito chão
Não receio viajar no Planeta
Azul, ainda que a canção diga:
“Eu navegarei no
oceano do Espírito” – e nem mesmo farei figa
Mas vou clamar e
suplicar: encha-me com poderosas palavras
E serei súdito,
nadador e taumaturgo de pessoas endiabradas
Ele já trabalhou e
agora descansa em glórias e louvores
Somos nós que devemos
trabalhar: restaurando os cativos
E a ordem é apenas
esta: com amor, anulai os assassinos
Ninguém morrerá, mas
crendo viverá. Anunciarei os vetores
O dia não é noite. É
óbvio. Então, a saída é para o Atlântico
E do outro lado, o
Índico, nem adianta. É só nos cânticos
Porque nosso oceano
serve de entrada para a incredulidade
E há muitos que sabem
nadar, mas vivem a superstição da insanidade
Sabia que o mar é a
nossa maior riqueza?
Pois lá havemos de
achar a soberana realeza
E não são jatos supersônicos
que vão protegê-lo
Mas os que entendem a
fé para salvá-lo e tê-lo