domingo, 21 de setembro de 2014

Mar brasileiro



Eles ficaram apavorados, porque o medo era tenebroso
O vento era apenas sussurros, ampliando os temores
Mas eu tinha fé, porque sempre O obedecia em amores
Por isso adentrei à missão de proclamar. Sou corajoso

O mar não é representação das dificuldades, mas do campo
Sim, o campo para missionar: coragem para viver lutando
E quem acha que o Barco é lugar seguro, engana-se
Pois lá ainda estão os imaturos, empobrecendo-se

O Barco mantém-nos fortes, quando saímos à tempestade
E é lá nas tormentas que todos nós entendemos a Majestade
Quando precisamos provar e ver o tamanho da crueldade
Ao vencer as batalhas da injustiça, da pobreza e da maldade

É no desespero que precisamos ouvir a voz de comando
Que diz ao mar: “aquiete-se! Acalma-se, sou Eu quem mando”
Se seguir é qualidade dos discípulos, então falta ação
Porque fé eles têm, mas não conseguem pisar na água feito chão
  
Não receio viajar no Planeta Azul, ainda que a canção diga:
“Eu navegarei no oceano do Espírito” – e nem mesmo farei figa
Mas vou clamar e suplicar: encha-me com poderosas palavras
E serei súdito, nadador e taumaturgo de pessoas endiabradas

Ele já trabalhou e agora descansa em glórias e louvores
Somos nós que devemos trabalhar: restaurando os cativos
E a ordem é apenas esta: com amor, anulai os assassinos
Ninguém morrerá, mas crendo viverá. Anunciarei os vetores

O dia não é noite. É óbvio. Então, a saída é para o Atlântico
E do outro lado, o Índico, nem adianta. É só nos cânticos
Porque nosso oceano serve de entrada para a incredulidade
E há muitos que sabem nadar, mas vivem a superstição da insanidade

Sabia que o mar é a nossa maior riqueza?
Pois lá havemos de achar a soberana realeza
E não são jatos supersônicos que vão protegê-lo
Mas os que entendem a fé para salvá-lo e tê-lo