segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Euforia


Tarde difícil de aguentar. Calor infernal
Desci às águas rumo à bacia artificial
Outros já estavam lá, em festival
Então fiquei só, em estilo perimetral

De repente, trovoadas anunciaram
O perigo iminente de gestos que revelaram
Cinco, não. Seis, não. Sete ao todo se entregaram
Às brincadeiras pueris, todos saltaram

Você chegou a mim e fitou-me com singeleza
Disse-me com voz suave em tênue delicadeza
Veio o anúncio do término - olhos em tristeza
Com pressa, subimos as escadas com firrmeza

Lá, houve a cumplicidade dos corpos
Lá, existiu a fidelidade dos mortos
Lá, teve a minuciosidade dos copos
Lá, esteve a complexidade das fotos

Cá, ficou a sujeira dos transeuntes
Cá, permaneceu a magia dos duendes
Cá, sustentou-se o cerume dos maldizentes
Cá, solidificou-se os fluídos dos clientes

Noite aumentou-se com novo grupo
Chuva, trovões e pessoas sem guarda chuva
Ruas públicas sendo vistas como dedos em luva
Denunciavam garrafas de águas em luto

Cheguei e adormeci
Acordei e entendi
Suspirei e venci
Troquei-me e parti

Viver é alegrar-se nos sonhos!