sábado, 14 de janeiro de 2012

O que os evangélicos querem dizer com oração de poder?

Introdução

Como bom brasileiro, tenho festejado as vitórias alcançadas por nossa sociedade durante o ano de 2011. Na economia, atingimos a sexta colocação dentro do cenário mundial. Na política, as constantes denúncias de corrupção foram apuradas e a maioria dos envolvidos foi julgada e afastada das funções. No desenvolvimento social, segurança e habitação foram os enfoques do anterior e atual governos. E no cenário evangélico brasileiro, quais foram os destaques?
Para mim, amante da teologia cristã, sempre procurei ficar à distância dos movimentos que prometem a transformação do mundo. Geralmente, comenta-se sobre "métodos" infalíveis de alcançar os perdidos. Ou, quiçá, a promessa de que a oração de poder vai libertar o pecador. Mas no cenário evangélico brasileiro, minha avaliação é diferente.

E para refletir sobre o mercado das crenças evangélicas, quero pontuar três considerações: (1) todo enunciado carrega em si objetiva e subjetivamente significados; (2) os enunciados são produções de sentido decorrentes da formação do indivíduo; (3) existem manipuladores estrategicamente produzidos para o mercado religioso.

Minha intenção é esclarecer o porquê de muitos pregadores evangélicos reduzirem o sentido de "oração de poder" às estratégias de comunicação. E também poder contribuir para uma prática bíblica e contextual.

As palavras podem salvar e também condenar

Por cerca de dez anos consecutivos ensinei exegese nos Evangelhos Sinóticos, mais especificamente em Marcos. E, mais especificamente ainda, sobre as narrativas de milagres (terapias, exorcismos, ressurreição, fenômeno da natureza, etc). Para mim, os relatos de milagres demonstram o método, o conteúdo e os recursos da práxis cristã para evangelizar o mundo. Neles vemos a força do bem social às pessoas: uma autêntica manifestação do poder de Deus. 

É interessante observar que os estereótipos usados pelos evangelistas revelam o poder de Jesus em curar. Curar é sinônimo para salvar, libertar, purificar, limpar, soltar, desatar, liberar e, alegrar-se. Por que Jesus cura um cego? Cegueira, como outras doenças, era entendida como "a ira de Deus", a mão de Deus pesando sobre a pessoa (Mc 10:46-52). E por que Jesus então realiza a therapia (cura)? É para que, vendo, essa pessoa testemunhe aos demais a graça de Deus sobre ele. Restaurar a vista significou a inserção do cego à sociedade.

E porque Jesus expulsa um endemoninhado na sinagoga de Cafarnaum (Mc 1:21-28). O que é um exorcismo, senão a capacidade de entender os desígnios de Deus? Por que é difícil aceitar que "educar" é o poder para exorcisar a ignorância? Jesus expulsa o demônio na sinagoga com o ensino de autoridade.  O contexto é sobre educação libertadora, um ensino que alcança os "sem instrução".

E a narrativa do endemoninhado de Gerasa (Mc 5:1-20)? Com certeza se assemelha a muitos andarilhos com debilidade mental, sem teto, ignorados por todos. A única diferença é que os cemitérios são muito sofisticados para eles. Imagine, mais ainda, um catador dos bolsões de lixo nos municípios. Ambos são exemplos do que consideramos impuro, imundo. A mendicância de hoje se equivale aos andarilhos esquizofrênicos e epilépticos da Palestina no século I. Um programa de comédia e humor na TV brasileira acolheu um mendigo de rua e o levou, todo maltrapilho, a um restaurante de São Paulo. O mendigo foi impedido de entrar com a justificativa de que não estava bem trajado. A equipe de TV o levou a um salão de beleza, cortou-lhe o cabelo, fez-lhe a barba, aparou-lhes as unhas. Levou-o também às lojas de roupas e sapatos e alforjou-lhe com grifes. Acompanhado de uma jovem modelo, loira, retornou ao mesmo restaurante. Foi recebido sem qualquer impedimento. O segredo não é a roupa de marca, nem a modelo. A limpeza e a aparência visual do mendigo, agora, o recolocou no convívio social. Limpar, purificar, representa a catarse da mendicância. Imundos não adentram à igreja, certo? Ninguém vai maltrapilho à Casa do Senhor.

E por que as palavras podem salvar e condenar? Salvam por meio de atos poderosos da linguagem: "Quero, fica curado" (Mc 1:41b), "Filho, teus pecados são perdoados" (Mc 2:5), "O que é permitido no sábado? Fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou matar?" (Mc 3:4), "Cala-te, emudece!" (Mc 4:39), "A menina não está morta, mas adormecida... Menina, eu te digo: Levanta-te!" (Mc 5: 39, 41) entre outras tantas afirmações de Jesus. Entretanto, nos dias de hoje o ensino da oração por cura só funciona se for "em o nome de Jesus" - um tipo de interpretação sem quaisquer relevância de poder, senão o amuleto linguístico: "Sai, eu te ordeno, em nome de Jesus", "Em nome de Jesus, eu decreto: tá amarrado", etc... E por que não funciona? Não funciona porque esse tipo de oração placebo forja o verdadeiro sentido do poder manifestado. Nenhum demônio é amarrado, nem acorrentado, nem algemado. Se hoje, em nossa linguagem, com a mesma facilidade que o amarramos, ele se liberta. Engraçado que para se livrar ele não precisa de oração, apenas se solta e continua agindo.

Por exemplo: um jovem que diz "ouvir vozes em sua mente", fica perturbado porque não consegue dormir e seguir seus próprios pensamentos. Ele sofre de esquizofrenia. Qual é o processo de libertação: sessões com psiquiatras e psicanalistas (nem psicólogo, nem terapeuta e, muito menos, pastor). Se ele for à igreja, naturalmente será diagnosticado: possessão demoníaca. Isso acontece porque linguisticamente estamos condicionados a interpretar religiosamente. Podemos até fazer uma sessão de exorcismo - muito comum em nossas comunidades. É paliativo, mas não terapêutico. É placebo. Pior ainda, é se esse jovem "perceber" nas sessões de exorcismos que o tratamento não está funcionando. Naturalmente, ele interpretará que Deus não quer libertá-lo. E caso ele não chegue a esse veridito, fatalmente a própria igreja dira: você não tem fé. Essa palavra final o condena a viver aprisionado pelo demônio.

Mais um exemplo: Uma pessoa em conflitos com a opção sexual não assumida publicamente. Medo de rejeição, sentimento de inferioridade, acedia, neurastenia, enfim, egodistônia, uma incongruência da personalidade (sic). Como proceder? Orar para que a pessoa deixe de ser o que é?. Não vejo assim. A Bíblia é muito clara sobre os impedimentos para os arsenokoitai e os malakoi, mas jamais os condena! Dizer de púlpito que homossexuais irão para o inferno é tomar a posição de Deus e decidir por uma teologia (ensino) sobre a graça, pois "não há justo sobre a terra que faça o bem e que não peque" (Ec 7:20). Se seguirmos os ensinos libertadores de Jesus, então somos obrigados a dizer: "Deus te ama, a graça Dele é suficiente". Em vez disso, ouve-se "deixe de fazer isso para que Jesus o receba" ou "sem a prática do teu pecado, é impossível entrar no reino de Deus?". Estas útlimas palavras condenam qualquer um.

Então fica clara a dificuldade em assumir uma linguagem libertadora, uma linguagem que realmente realiza milagres. Em muitos casos, a oração de poder é verdadeira e se manifesta em vidas quando há uma ação significativa para transformar a pessoa. No caso do esquizofrênico, proporcionar-lhe o tratamento psiquiátrico. E no caso dos homossexuais, deixá-los participar da comunidade, sem qualquer impedimento. É aceitá-los. É incrível como simples palavras escondem verdadeiros processos do milagre realizado por Jesus Cristo. Mas há os que acreditam no poder mágico, no pirlimpimpim, no ignóbil palanfrório e vão rejeitar minhas considerações. Façam isso, irmãos e irmãs, sem medo de hesitar.

Não vou citar, mas apenas colocaria um terceiro exemplo: o de cura física. Jesus curou coxos, leprosos, cegos, enfim pessoas com debilidade física. Certamente, esses taumaturgos deveriam ir aos hospitais e solicitar ao Ministério da Saúde o cancelamento de todo o tratamento aos doentes. Percebem como é um esquema de linguagem e não de simples "desejo de curar" e "desejo de ser curado". Procuro amar a todos e não quero ser mal interpretado. Por isso, sinalizei na introdução: "todo enunciado carrega em si objetiva e subjetivamente significados".


Onde você se formou?

Quando era seminarista, na aula de Teologia Sistemática, tínhamos que saber conceitualmente a exposição de cada teólogo sobre determinadas doutrinas. Imagine ler os compêndios, baseados em filosofia patrística, medieval e contemporânea, as institutas de Calvino, as confissões de fé e catecismos, os manuais denominacionais e, para os futuros ministros, as declarações. Lembro-me da Teologia Sistemática de Paul Tillich, conceitos de ambivalência, ambiguidade, cultura, etc. Naquela época debatíamos em sala de aula as dinâmicas do pensamento critão contemporâneo e a relevância destes para a eclesiologia. Não era fácil, por exemplo, integrar sistemática com missiologia, mas éramos desafiados a fazê-la. Também não era fácil associar infra e supralapsarianismo para a pastoral, mas sentiamo-nos motivados a tentar. Gostava daqueles momentos de reflexão, estudo e propostas.

Tais ebulições acadêmicas são contextuais para os membros de nossas comunidades? É claro que não! Seria pedantismo de minha parte regurgitar Tillich em púlpito. Mas seria sábio viver Tillich no púlpito. Há uma grande diferença, julgo-a pela formação que recebi. Desde 1987 estudo Teologia. Fiz Instituto Bíblico, Seminário, Faculdade, Universidade. Não só Teologia, mas Letras também. Parece que estou me justificando, mas é que quero mostrar não o que fiz ou que sou, mas o processo como isso se deu. Estudar não é algo que acontece magicamente, é um andar contínuo com o conhecimento, a aprendizagem de saber aprender. A vida cristã é assim: aprendemos como aprender pela Palavra.

Mas aí vem alguém e diz: "eu leio a Bíblia, é o Espírito quem me ensina. Eu oro e Deus me dá o conhecimento." E ainda citam os versículos da própria Bíblia. O que fazer? Como proceder?

Se eu comecei a estudar em 1987, e em 2011 inicei o Doutorado, então já tenho estudado 24 anos. Não é muito? Sim é! Mas não quer dizer que não atento para o valor que o Espírito tem sobre cada um de nós em conduzir-nos à missão. Entretanto, advogo que hoje é mister a qualificação dos que querem verossimilhantemente servir a Deus. Já foi outrora os "cursos rápidos para pastor" ou ainda "cursos médios em teologia". Não é excluir pessoas da oportunidade de capacitar-se, mas oferecer suportes para que eles sejam assistidos em sua formação.

Quando vou à igreja ouvir Deus falando, na primeira frase enunciada pelo pregador já deduzo que não é Deus falando. Tudo isso tem a ver com a formação do pregador. Ele é incapacitado de discernir a Qol Yhwh para a comunidade. Não sabe articular os saberes necessários de uma práxis autenticamente cristã. Não transita nas áreas imprescindíveis à transformação do indivíduo e da comunidade. Sorrateiramente, recorre aos ensinos moralistas de conduta, caráter e dever - todavia tais ensinos são paliativos porque condemam e não indicam caminhos de solução.

A pergunta deveria ser: "Onde este pregador graduou-se?" "Qual a escola que frequentou?" Aquilo que lemos é o que pregamos. Somos o reflexo da nossa leitura. Entretanto, o reflexo tem sido mais daquilo que se ouviu acontecer (experiência?, sei lá, acho que não). Dizer que lê a Bíblia pode soar belo, espiritual, e ao mesmo tempo condenar-se, pois revela a sua formação, sua capacidade de entender a realidade e pontuar a vontade de Deus para a humanidade.

Meu primeiro exemplo: as comunidades hoje querem pregadores eloquentes. Não querem saber como foi a formação deles. Nenhum exame de candidato ao pastorado solicita, ad referendum, a lista dos livros lidos durante o ano. Nenhuma concorrência aberta à contratação pastoral solicita ao candidato a apresentação de editoriais e/ou pastorais nos boletins da igreja. Afirmo que atualmente vivemos o empobrecimento da formação pastoral: ela é má, deficiente, desorientada, corrupta e, acima de tudo, anti-reino.

O segundo exemplo é mais técnico. Diz-se respeito ao perfil do egresso: "capaz de atuar em comunidades religiosas, ambientes escolares, empresariais, capelanias (escolar, hospitalar e militar), mediação e pacificação de conflitos, dentre outros. Pois bem, por que o índice dos candidatos ao vestibular em Teologia revela: 20% teve uma visão para fazer a inscrição, 30% não passou no vestibular do curso que sonha, 40% refere-se a ex-dependentes de drogas leves e pesadas, 10% certifica-se de que gosta das coisas de Deus. Essa é a atual configuração da pastoridade para o século XXI.

Uma última comparação. O Instituto Bíblico que cursei era sistema internato tempo integral. O seminário, externato, tempo integral. A universidade de Letras, parcial. O mestrado e doutorado em Teologia, integrais. Cursos de Teologia hoje é parcial, a maioria período noturno. Não sou contra a atual forma de estruturar os cursos. Depende, sim, de cada indivíduo autoaplicar-se em sua formação.

Por fim, pela simples "oração de poder" você pode julgar e reter o que é bom: "Pastor, eu vim aqui hoje porque eu tenho um grande dilema: acho que Deus não me ama por causa dos pensamentos que tenho". Logo em seguida, você ouve: "Eu vou orar e isso não vai mais acontecer. Isso é coisa que o demônio colocou em sua mente". Ou em uma outra situação: "Meu irmão, é comum termos pensamentos e até mesmo atitudes que não agradam a Deus, mas isso não quer dizer que Ele não te ame. Venha, vamos falar dos teus sentimentos, das tuas aflições. Sinta-se na liberdade de conversar, de expor-se. Eu também quero compartilhar dos meus sofrimentos. Juntos, veremos como podemos nos ajudar mutuamente". A diferença é que o último pastor estudou cinco anos de teologia, fez clínica pastoral e de aconselhamento e atua como psicólogo em comunidades carentes. Já o primeiro, graduou-se em dois meses nos cursos rápidos das comunidades neopentecostais. Por isso, afirmei na introduçao: "os enunciados são produções de sentido decorrentes da formação do indivíduo", ou melhor, onde você se formou?

Por que não consigo deixar de gostar do Sílvio Santos? 

Embora considero-me uma pessoa conscientemente crítica, admito honestamente gostar do Sílvio Santos. Ele exerce sobre mim o fascínio pela comunicação: pronúncia, articulação verbal, eloquencia, produção de sentido, sagacidade, ordenação de idéias, criação de cenarios e entretenimento. É um comunicador nato!

Lembro de minha primeira reserva com ele. Li em um livreto sobre leitura crítica para televisão e jornais sobre um antigo programa "Boa noite, Cinderela", no qual crianças de até três anos conversavam com ele. No final, a ganhadora era revelada vestida de princesa e subindo na carruagem. Tudo isso fazia parte da literatura clássica dos contos de fada. E ele, o apresentador, comunicava o sonho da criança, dos pais e do público. Em cada pergunta, produzia o fascínio da criança ser princesa. Mas o que acontecia com as outras crianças? Como uma criança digeria sobre a frustração de não ser escolhida, de não ter o sonho realizado. Por que Sílvio Santos não pode dizer: "Não o impeçais, Deixai vir a mim os pequeninos"?

O fato é que Silvio Santos é um fenômeno. Sim, um fenômeno. Posso não gostar dele, mas sei quem o é. Posso até dizer que não fará falta no mundo. Mas sei que fará. E posso ainda dizer: "ah, nem quero saber dele", mas se tiver que falar sobre comunicação, é sobre ele que falarei.

Max Weber disse que há dois tipos de líderes no mundo: os fantoches, aqueles que são a expressão do que a comunidade deseja, e os ditadores, aqueles que manipulam a comunidade para seguir o que eles querem. Engraçado é que o Weber chegou a essa conclusão analisando apenas comunidades religiosas. Sim, ele baseou-se no cristianismo para depurar sobre os conceitos de liderança, ética, vida religiosa, etc. Para mim, asseguradamente, compartilho do conceito sobre carisma. Para ele, carisma é o poder de exercer o controle sobre o outro por meio do fascinio e/ou submissão voluntária.

Hitler, Manson, Jim Jones, Che Guevara, entre outros, se encaixam perfeitamente no conceito de fenômeno carismático. Da mesma forma, Calvino, Wesley, Benny Hinn, Kenneth Hagin, Edir Macedo. Eles são expressões de liderança religiosa. Muitas vezes, a Bíblia perde autoridade diante da fala desses líderes. É, pois, no processo dialógico que obtemos a maturidade de entender, aceitar e/ou replicar as proposições. Isso acontece porque precisamos digerir as consequencias de tal fascinio. Somos liderados ou líderes? É dificil responder.

Se a Rede Globo coloca no ar o BBB, a Record coloca A Fazenda. Se uma tem o Faustão, a outra tem o Gugu. Se a Rede TV tem o Pânico, a Band tem o CQC. E por ai vai a enxurrada de comparações do mercado midiático. O mesmo acontece no cenário evangélico brasileiro: Valnice, Malafaia, Hernandes, Soares, Valdomiro, Caio, etc. Sabem por quê: eles afirmam que têm o poder de Deus: "eu vou orar por você". Mal sabem os telespectadores que a oração custa milhões de reais para a manutenção do programa no ar. Mas eles são carismáticos, ludibriam-nos e impulsiona-nos a contribuir. Façanha e artimanha de liderança. Nunca observei qualquer um desses líderes terem seus programas cortados por falta de pagamentos. Agora, se você não curte o Edir Macedo, tem o R.R. Soares. Se não curte a Valnice Milhomens, tem a Sônia Hernandes. Se não tem o Miller, vai ter o Kaká. E por ai vai. Sabem por quê: "existem manipuladores estrategicamente produzidos para o mercado religioso" - como afirmei na introdução. Inclusive para a realização de milagres. Não se trata de um simples jargão: "ah, Ênio, você não crê! É por isto!". Trata-se de uma estratégia.

Conclusão

Preocupa-me o futuro da formação pastoral no Brasil. Será uma simples questão de estrutura curricular ou de formação cultural do cristianismo? Ou ainda, uma simples categorização da oração com poder ou uma manipulação da linguagem? Para mim está clara a definição errônea dos evangélicos sobre oração de poder. Oração é conversação. Interação mental e verbal consigo mesmo, com o próximo e com Deus. É o exercício terapêutico através do ministério da confessionalidade. É a adesão aos mecanismos linguísticos libertadores, verdadeiros milagres da produção de sentido para a alma humana. Representa a descoberta dos caminhos de salvação, de purificação e de inclusão. A oração de poder revela o processo e não o produto. Revela o Espírito Ensinador.