Pior coisa na vida é estar ao lado da pessoa que ama e
não ser notado
É como a lida de saltar em passo de leoa feito lança
ao ver-se cortado
Dói-se pela intriga de voar pelado na garoa que emana
pelo céu nublado
Fico quieto em figa, dedos e dado com voz que ecoa
mansa em sorriso flertado
Foi assim anteontem e ontem. Suspiros de quem só
interiormente sente
Você, sim, é como monte. Ou seria eu o vampiro que
solitariamente se vende?
Percebo isso, quando encontro-te, pois aspiro sempre a
tua mente quente
Teu cheiro exala e sonda-me, deixando-me arisco e
prepotente, lendo-te pela lente
Toda vez que amo, fico monossilábico. Isso acontece
porque reverencio
Já se foram dois anos, estou solitário. Nisso perece o
que por ti sinto
A idade não me ajuda! Serei otário. Arrisco sempre
porque ainda te aprecio
Deus me acuda! Não serei onomástico. Se me perguntarem
sobre ti, minto!
Deixa-se de amar alguém quando as lembranças não
acontecem mais
Morre-se ao odiar. Aí tem, sim, as demências da
ausência da paz
Ressuscita-se quando a oportunidade chega em fantasia
promíscua
Renova-se pelos passeios na cidade – nova cantada
profícua
Quem não valoriza o que já conquistou, abre espaço
para a concorrência!