segunda-feira, 15 de abril de 2013

Perdeu-me



Pior coisa na vida é estar ao lado da pessoa que ama e não ser notado
É como a lida de saltar em passo de leoa feito lança ao ver-se cortado
Dói-se pela intriga de voar pelado na garoa que emana pelo céu nublado
Fico quieto em figa, dedos e dado com voz que ecoa mansa em sorriso flertado

Foi assim anteontem e ontem. Suspiros de quem só interiormente sente
Você, sim, é como monte. Ou seria eu o vampiro que solitariamente se vende?
Percebo isso, quando encontro-te, pois aspiro sempre a tua mente quente
Teu cheiro exala e sonda-me, deixando-me arisco e prepotente, lendo-te pela lente

Toda vez que amo, fico monossilábico. Isso acontece porque reverencio
Já se foram dois anos, estou solitário. Nisso perece o que por ti sinto
A idade não me ajuda! Serei otário. Arrisco sempre porque ainda te aprecio
Deus me acuda! Não serei onomástico. Se me perguntarem sobre ti, minto!

Deixa-se de amar alguém quando as lembranças não acontecem mais
Morre-se ao odiar. Aí tem, sim, as demências da ausência da paz
Ressuscita-se quando a oportunidade chega em fantasia promíscua
Renova-se pelos passeios na cidade – nova cantada profícua

Quem não valoriza o que já conquistou, abre espaço para a concorrência!