terça-feira, 9 de abril de 2013

Servindo a Deus pelo conhecimento



Sabedoria é o exercício prudente do conhecimento. É a habilidade de tomar decisões baseadas no julgamento dos critérios de verdade, justiça e amor. Não é fácil ser sábio, mas é possível apoderar-se dos conhecimentos necessários para exercê-lo. É por isso que há pessoas vocacionadas para aprender, conhecer e decidir. Os líderes religiosos precisam conscientizar-se acerca do conhecimento que têm para poderem servir a Deus. É o ministério de servir através do conhecimento sobre “as coisas de Deus”.
A experiência de conversão e crescimento proporciona às pessoas de sabedoria o tipo característico do ministério cristão. Inicia-se com o discipulado e com as primeiras práticas de espiritualidade: a leitura, a devoção e a oração. Engana-se quem acha que o conhecimento pertence somente ao ambiente acadêmico, ou quem pensa que a erudição é desconexa do popular, ou que o clero não respeita o leigo. O conhecimento diminui as diferentes categorias que há entre as pessoas, entre os doutos e os ignorantes.
Diz-se que Educação significa conduzir a pessoa à maturidade do “ser”. Em semiologia, conhecer é a aquisição do “saber fazer”, a competência da performance, é quando o ser humano se emancipa, ganhando sua autonomia, sua liberdade. Isso acontece quando se é consciente do poder de tomar decisões. Conhecer é assumir o direito de decidir, é garantir a plenitude de domínio, de austeridade e de alteridade. A humanidade é verdadeiramente livre quando busca na Educação os mecanismos e os níveis de sua ascensão social, não econômica e nem política, mas ontológica. A Educação é a utopia que se realiza porque permite a criação do conhecimento. É quando deixamos de ser papagaios e viramos corujas!
Por acreditar na educação, anelo a redenção da nação brasileira. Torno-me profeta porque sei que a educação é redentora, libertadora e transformadora. O milagre de expulsar um espírito imundo, feito por Jesus, nada mais foi do que o uso do poder de ensinar com autoridade (Marcos 1:21-28). O ensino é o poder para extirpar o demônio da ignorância. Chamo à briga exegética os líderes que oram expulsando demônios: eles não têm o ensino de autoridade senão o da mediocridade. É através de um projeto educacional que a pessoa é inserida no contexto de libertação. As comunidades cristãs precisam entender que elas são instituições de ensino popular – para o povo. As comunidades foram chamadas ao ensino libertador.
Para o cristão, o conhecimento bíblico deve ser contextualmente relevante à sociedade. Para isso, é tarefa do exegeta e hermeneuta as indicações de como o texto deve ser lido! A Bíblia deve ser o “vade-mécum” (manual) do ensino a ser proclamado. Sem a devida contextualização feita por pessoas competentes, o texto bíblico é facilmente manipulado. É o que vem fazendo os emissários da ignorância, patrocinados pelos líderes beócios. É chegado o momento de anunciar o conhecimento bíblico como produto de pensamento crítico (reflexivo). É chegado o momento de proclamar libertação do texto bíblico, tirando-os dos que não têm competência para tal. Não significa que o leigo é incapaz de ler, mas de ensinar. As mazelas que encontramos nas igrejas evangélicas é porque há carências de educadores cristãos.
Então, a educação bíblica se associa à Teologia para promover o conhecimento de Deus. É perscrutando a nossa mente e o nosso coração que se dá o conhecimento de Deus! É observando a natureza que entendemos porque Ele é o criador. É convertendo-nos ao Filho que objetivamos servir ao Pai. O conhecimento de Deus indica-nos a missão de servi-lo e, nesse sentido, as práticas ministeriais são essencialmente educacionais! Em João14:26, o Espírito Santo é qualificado como ensinador, logo somos os alunos, os que hão de servir…
Há exatamente dezesseis anos estou no ministério da educação teológica. É como tenho encarado a “ideia” de servir a Deus, mas venho perdendo espaço para os que nem sequer tem uma graduação em Teologia…
Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus (Mateus 22:29).