quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pobreza do poeta



A juventude chegou-me com sutileza, fazendo-me integrar à nobreza
Juntei-me à ternura da tua beleza, e confesso quão grande foi a supresa
Tu és agora a minha riqueza, em corpo esguio de muita delicadeza
Vi cada detalhe de tua destreza. Ao comparar-me, fiquei na pobreza

Mas sei que o tempo há de compensar-me. Conseguirei ter esperança
Você cuidará de mim e eu de você. Cuidado integral, como adulto e criança
Em cada ambiente do lar, haverá novidade sempre adoçada pela temperança
Paredes sólidas e jardim abertos ao sol e à noite: celebraremos com festança

Há necessidades que jamais serão supridas, tipo a cura das feridas
Não é que o remédio não seja suficiente, nem que a fé esteja ausente
Privações soam como provações, colocando-nos em verdadeiras prisões
É assim que funciona a lógica das emoções - quero dizer, das paixões!

Indo em direção àquilo que mais acreditava ser a plena felicidade
Encontrei-me com a maldade. Bela e ditosa, disfarçada de crueldade,
Em meio a cristandade, desejei-me ver sobejando em minha bondade
Para que fosse convertida em fingida santidade. Pura ingenuidade

Desde que te conheci, senti-me dedicado, determinado e comprometido
Buscando em tudo o sonho almejado, pois sou o verdadeiro poeta destemido
Testemunho acerca do Achado, o divino Salvador. Jamais o terei perdido
Ele é quem me tem justificado do pecado vil, corrupto, violento e ardido


Agora reúno-me em um clube lindo. Ao lado de muitos, sou só um membro
Eles são abastados, afortundos. Não minto. Todos comissionados a contento

Sou ´Adam, minha mãe ´Adamar. Estou vivo por causa de ti, por isso não lamento
Ao findar o labor, serei pó. Em essência, serei ontos. Então, serei para ti sofrimento.