sexta-feira, 15 de março de 2013

Curto, mas não amo


Há duas coisas que gostaria de entender
Como funciona amar alguém?
Como saber que alguém me ama?
Será que é só na trama?
A infeliz descoberta de que ninguém
sobrou para mim e não hei viver?

É por isso que rejeitei
As atuais convenções sociais
Do ajuntamento e até do casamento
E, preferi, sim, liberdade tardia
Porém jamais sozinho, mesmo de dia
Nem em folias, mas em euforias
O meu comprometimento
É um só: o meu envolvimento
Comigo mesmo e para mim
Aprendi assim, este é o fim

Amar é suicidar-se. Aniquilar a si mesmo
Curtir é envolver-se. Projetar-se para o outro
Eu amo a mim mesmo. Eu vivo para mim
Disposto a curtir alguém, só no futuro
Está próximo, sinto isso.
Só não sei se já quero.
Ainda amar espero
É saudável
Puro

Agora entendo: ninguém me ama
Ainda que ame alguém, estarei sozinho
Só amarei quando morrer
Porque na alma é que se ama
eterno na mente