quarta-feira, 20 de março de 2013

Missionários não dizem adeus, dizem até logo



É dura a dor da partida. Não que seja precisa, mas sucumbem aos encantos
Na maioria das vezes, arguida com ciência fervida, chora-se nos cantos
Elas, por serem femininas, são atendidas na função servida, em bandos
Eles, por serem masculinos, são vigias das lidas, todas aturdidas, em prantos

Os casais e os solteiros em missão não dizem adeus
Eles precisam sair dos “nossos” pra ir aos “seus”
É como deixar de ser Davi e ir para lutar com os filisteus
No cansaço, abraçam-se junto aos braços de Morfeu

Por isso não há adeus, apenas um “longo” até logo
Pois logo, hão de voltar com novidades em prólogo
Porque, em missão, não há tempo, mas contratempo do epílogo
Para que, em vida e ação, não haja horrenda emoção, mas o “logos”

Missionária é uma “miss” que ora é bela ora é esbelta
Vive na dinâmica de ser essa ou aquela
Nos refúgios culturais de não ser nenhuma Cinderela
Apenas uma manceba de continuar sendo donzela

Já os missionários são o bento, não do Chico e nem do Pontífice
Mas os “misteres” do sertão, do rincão, da habilidade de artífice
Fugindo dos triviais de modismo, buscando sair da mesmice
Prá pregar, anunciar, validar os costumes de autóctones crendices

Por isso não digo adeus, mas até logo
Aqui estarei na “frontline” com o rogo
Suas vozes serão lembradas nos ecos
De conversas e risadas sobre nossos trecos