domingo, 24 de março de 2013

Doce ilusão


O silêncio é verdade quando se é autêntico
Sai do anonimato e torna-se adulto de fato
Arde como arsênico, cuja lealdade faz-se idêntico
Ato nato que revela-se em culto relato 

Há algo em ti que me atrai, olhar único e sedutor
Por isso não procuro o que me distrai, senso pudico e sem frescor 
Você tem o que quero e bem aí, é arisco e cheio de ardor
Em trajes simples na Sapucaí, sem atrito faz-me teu mentor

Na praia deserta, tua companhia foi passageira
Eu fui o teu prometido, ausência da domingueira
As ondas batendo em ti, revelaram tua tez fogueteira
Na areia, descansei em ti minha marola derradeira

Em minhas tristezas é a tua imagem que me consola
Passado não é saudade, mas vestimenta e estola
Sacralizando nossa outrora união, a dois ela foi a “cola”
Dos conteúdos e fluidos dizendo adeus em boa hora

Os passeios escondiam horas e tardes inesquecíveis
Em devaneios, conseguia relaxar dos descansos inexprimíveis
Mas agora sozinho, sofro os traumas dos sonhos inexequíveis
Você é a doce ilusão, a religião dos amores invisíveis

Essa peça branca é demais imagética
Sempre seduzi-me por inteiro sem ética
A terceira intromissão veio a mim colérica
Quando rever-te, terei atitude homérica