"Haverá, sim, o dia em que este país será restaurado pela Educação. Então, o reino de Deus será mais evidente e os brasileiros mais humanos". (ECP)
quarta-feira, 20 de março de 2013
Síndrome pastoral da descontinuidade
Fala-se muito em revitalização nos ambientes eclesiásticos: de liderança, de crescimento de igrejas, da alma, etc. Há também os que lidam com avivamento (ou reavivamento), renovação (ou inovação), consagração (ou quebrantamento), experiência (ou ritualização) etc.
Pensemos o seguinte: por que precisamos de constantes dispositivos para algo que já fizemos ou conhecemos? Não seria uma repetição?
Eu não estou extinguindo o ensino de cada uma dessas categorias. Tenho entendido que a lida pastoral acha por bem adotar a síndrome do refazer do que do continuar. Por exemplo, sempre há cultos de consagração nas comunidades. Na teologia protestante, consagração ocorre apenas uma vez. Um pastor ou pastora é consagrado ao ministério uma única vez. Mesmo que venha a pecar, após a referida disciplina, é reconduzido ao cargo (Preste atenção! É reconduzido). Não há como reconsagrá-lo - pela teologia escriturística dos hebreus, Cristo teria que morrer de novo por esse pastor (uma espécie de remorte).
Vamos pensar diferente. Por exemplo, avalie seu trabalho ministerial hoje. E no fim do mês, você irá deixar a comunidade. Qual seria a sua reação se o pastor substituto estivesse re-fazendo todas as suas atividades exclusivamente pastorais (recasamento, rebatismo, reconsagração, reavivamento, etc). Acaso seu trabalho foi tão ruim que precisará ser re-feito?
A verdade é que há líderes que sofrem da síndrome da descontinuidade. Eles não sabem continuar o trabalho já iniciado. Não discernem a ação do Espírito já iniciada. Tudo tem que ser refeito.
Quem perde com toda essa refacção é o povo de Deus. Sempre vivendo na expectativa das novidades do próximo pastor.
Pastor que entende a necessidade de refazer é incapaz de discernir o reino já iniciado por Cristo. Tem sido mais evidente recomeçar (esquisito, não é?) do que continuar! Aliás, o ministério pastoral reproduz exatamente o que os presidenciáveis fazem quando assumem o governo.
Não pense que você, caro pastor ou pastora, esteja refazendo, mas dando continuidade - aquele que começou a boa obra em vós - há de ser respeito pelos outros que virão após.
Ainda creio na eficiência pastoral da continuidade!