sexta-feira, 22 de março de 2013

Tarde de restauração



Domingo foi feito para descansar. Não é dia para trabalhar
Dorme-se mais tempo na cama. Mesmo depois da nhanha
Não toma café nem faz comida. Celebra a fé e vai à avenida
Procura-se no dia a diversão. Acessa a internet e fica de plantão

Fez contato comigo, pediu desculpas. Demonstrou-se amigo às escusas
Resolvemos almocar em restaurante. Degustar coisa boa revigorante
Foi no chinês e havia gente conhecida. Aperitivos de rei com leve bebida
Arroz e macarrão com legumes. Filé de frango frito e molhos alhures

Sentados um de frente para o outro. Melhor posição olho no olho
Eu de lentes, você de óculos. Toda a visão – convite a sermos sóbrios
Em público, comportados irmãos. Discretos, asseados, bem cristãos
Foi no conteúdo das conversas. Tudo ficou implícito, mentes abertas

Compartilhei minha vinda ao Brasil. Confessou-me sua luta ardil
Participei-te a respeito de minhas férias. Convidou-me em novas ideias
Falei-te sobre visões políticas. Alertou-me sobre funções apodíticas
Disse-lhe sobre alguns contratempos. Segredou-me péssimos momentos

É que a amizade é a troca das intermitentes confidências
Acontece de dez em dez anos, fruto de muitas paciências
Celebra-se a paz interior porque não há mais excrescências
Ameniza-se das dores de outrora, das vãs diligências

Na próxima, com pura decência, batisteriana e presbitista
Sem locomoção, a segurança garantida... Londrina será juíza
Ascese garantida, bem crítica e vivida – sim, altruístas
É a comuna de cidadãos cristãos trans-pos-modernistas

Pela amizade que restaura e transforma, vida é agora!