Éramos minha irmã, meu irmão e eu. Eu era ainda pequeno e não tinha idade para ir à escola. De manhã, meu irmão brincava com os vizinhos. Dizia que eu era muito pequeno para ficar com eles. À tarde, ele ia à escola junto com minha irmã. Eu costumava sempre estar sozinho.
Houve um dia que senti que deveria achar alguém para brincar comigo. Sai sozinho e percorri as ruas próximas à minha casa. Fiquei perdido. Com medo, comecei a chorar. Ninguém apareceu.
Ao longe, avistei um figura estranha, não conseguia identificar se era reconhecível, tipo algum rosto amigo. Perguntei à essa pessoa se sabia aonde era minha casa. Não houve resposta direta. Apenas disse: Sei que você está perdido, com medo e precisando de ajuda. Tenho aqui uma caixa com três presentes para você.
Fiquei com mais medo ainda. Quis sair correndo, mas fui tocado na altura do ombro. Não andei mais, cai ao chão. Adormeci.
Quando acordei já estava em casa. A voz de minha mãe dizia: Levanta-te, escova os dentes e se arrume, senão vai chegar atrasado na escola. Eu já estava na idade escolar.
No caminho para a escola , avistei de novo a figura estranha. Dessa vez, não tive medo. E aí, fui tocado novamente e adormeci.
Quando acordei com o barulho do despertador, reconheci que estava uniformizado, todo branco. Meu nome foi anunciado, dizendo haver emergência na enfermaria. Sai apressado em direção ao centro cirúrgico. Eu já havia graduado e era médico.
No caminho para casa, avistei uma família acenando pedindo ajuda. Parei o carro e fiquei sabendo que eles estavam com problemas. Como eles não tinham lugar para passar a noite, levei-os para casa. Alimentei-os e acomodei-os para dormir.
No dia seguinte, acordei e vi que continuava a ser criança. Debaixo da minha cama, estava a caixa. Abri e encontrei uma placa dourada, e pude ler três palavras em relevo: companhia, trabalho e altruísmo.